Renee Walmsley, Especialista em sensoriamento remoto
A Sra. Walmsley é líder da equipe de tecnologia geomática da Tetra Tech e é gerente do programa de sensoriamento remoto. Ela tem mais de quinze anos de experiência nas áreas de gestão e consultoria ambiental. Ela tem certificados GISP e PMP. Sua experiência abrange o uso de tecnologia de sensoriamento GIS e remoto em projetos em todos os Estados Unidos e em outros países. Ela gerenciou diversos aspectos de sensoriamento remoto, fotogrametria e GIS, inclusive o desenvolvimento e a análise de dados, classificação de imagens e novas tecnologias de sensores. Sua experiência anterior inclui o uso do software ArcGIS para a gestão de informações e suporte à tomada de decisões na área de gestão ambiental, bem como o desenvolvendo de estratégias de sensoriamento remoto e GIS.
Como você se envolveu em atividades de sensoriamento remoto?
Tive aulas de sensoriamento remoto, como parte de minha graduação em geografia/GIS, na Universidade do Colorado, em Boulder. Realmente gostei das aulas e estava muito interessada em fotografia aérea e imagens de satélite. Em particular, comecei a estudar a análise de imagens hiperespectrais na faculdade. Sempre fico fascinada com as diversas aplicações e com os vários tipos de informação que os sensores hiperespectrais permitem.
Quais são os avanços tecnológicos recentes no sensoriamento remoto?
Novos avanços nessa área ocorrem diariamente. As tecnologias de sensores estão se definindo cada vez mais e são cada vez menores, em termos de tamanho físico. Novas plataformas como os sistemas aéreos não tripulados (UAS - unmanned aerial systems) são capazes de coletar dados remotamente em áreas perigosas ou áreas em que os dados são difíceis de se obter. Houve um surto de avanços na tecnologia LiDAR nos últimos anos. As próximas aplicações abrangem as tecnologias flash LiDAR para coleta em áreas amplas e LiDAR multiespectral, que permite imagens noturnas multiespectrais.
Como os dados coletados a partir dos levantamentos aéreos e marinhos são utilizados?
Os dados são tipicamente utilizados para criar uma superfície detalhada para fins de mapeamento e modelagem. As imagens aéreas costumam ser usadas como camada de base para aplicações GIS. Os dados são utilizados em todos os tipos de aplicações do mercado - projetos de engenharia, petróleo e gás, projetos de energia, modelagem de mudanças climáticas e operações militares.
A possibilidade de adquirir, integrar e analisar dados geoespaciais detalhados assegura aos tomadores de decisões recursos e opções para lidar com diversos desafios. Por exemplo, as tecnologias geoespaciais auxiliam em aplicações de reação em casos de emergência, oferecendo dados mais detalhados e em tempo real aos responsáveis. Os dados geoespaciais também fornecem soluções inovadoras e econômicas para questões de sustentabilidade ambiental.
Você pode citar um projeto de mapeamento aéreo interessante ou desafiador em que esteve envolvida?
A equipe de tecnologias geomáticas de Tetra Tech concluiu com êxito um projeto de imagens aéreas e LiDAR para a International Boundary and Water Commission dos EUA. O projeto foi o maior em termos de porte e captura de dados que concluímos (à época) - um total de 14.200 quilômetros quadrados de aquisição, processamento e mapeamento. O projeto foi significativo para decisões gerenciais relativas a recursos hídricos. A finalidade do projeto era mapear o rio e os diques para controle de Inundações. A área do projeto situava-se ao longo do Rio Grande, na fronteira entre México e EUA. Nesse projeto, não tínhamos acesso ao território mexicano, pois a área era muito insegura, devido aos embates entre cartéis na região. O mapeamento aéreo nos ajudou a tratar dos desafios de avaliar o território para o controle topográfico.
Qual é o direcionamento das tecnologias geoespaciais?
É provável que o uso das tecnologias geoespaciais passe a predominar o setor. Dados geoespaciais de multimídia, como o Google Street View, ajudam a fornecer ao público em geral dados detalhados e acessíveis. Os dispositivos móveis contribuíram para o uso e a acessibilidade imediata a dados geoespaciais. Com os sensores cada vez menores e mais baratos, bem como as plataformas, como os veículos aéreos não tripulados (UAV - unmanned aerial vehicles) tornando-se disponíveis para qualquer pessoa que deseje capturar dados, o volume de dados espaciais tende a aumentar. Soluções geoespaciais de fonte aberta para visualizações, processamento e análise de dados também tendem a aumentar em número.